Não assisti a nenhum trailer ou vídeo de Assassin’s Creed Shadows para não ficar com hype e depois me decepcionar com o jogo. Não sei se por causa disso, ou porque o jogo é bom, ou porque é no Japão eu estou gostando bastante. Tem muitas coisas sobre o Japão que podemos aproveitar.
Então, finalmente terminei o Ato 1 e cheguei na cena de Yasuke e Naoe:
Imagine um vaso de cerâmica, outrora perfeito em sua forma, que, em um momento de descuido ou azar, se espatifa no chão. A maioria das pessoas jogaria os pedaços no lixo, considerando-o perdido para sempre. Mas e se, em vez de descartá-lo, você o transformasse em algo ainda mais belo e valioso?
Imagine um mundo onde as cicatrizes contam histórias de beleza e resiliência em vez de imperfeição ou dano. Esse é o mundo do kintsugi, uma arte japonesa milenar que transforma a fragilidade em algo extraordinário. Onde muitos poderiam apenas ver perda, no kintsugi vê-se uma oportunidade para renascimento. Nesta prática antiga, cada fragmento é cuidadosamente recuperado e amorosamente reunido, não com uma cola comum, mas com uma laca especial polvilhada com pó de ouro, prata ou platina. O Kintsugi eleva a restauração de cerâmicas quebradas a um nível de poesia e filosofia. Em vez de tentar esconder as rachaduras, ele as celebra, preenchendo-as com ouro, prata ou outros metais preciosos.
Kintsugi: A Arte de Encontrar Beleza na Imperfeição
Literalmente traduzido como “emenda de ouro”, o Kintsugi é muito mais do que uma simples técnica de reparo. É uma filosofia que abraça a imperfeição, a transitoriedade e a história de um objeto. Cada cicatriz dourada conta uma história de quebra, cura e resiliência, transformando o vaso em uma obra de arte única e irrepetível.
Por que o Ouro?
O uso do ouro no Kintsugi não é apenas estético. Ele simboliza a preciosidade da experiência, a beleza da impermanência e a capacidade de se recuperar e renascer após a adversidade. As rachaduras, antes vistas como defeitos, tornam-se o ponto focal, a prova de que o vaso superou seus desafios e se tornou ainda mais forte e valioso.
Kintsugi: Uma Metáfora para a Vida
Assim como o vaso quebrado, todos nós passamos por momentos de quebra, perdas e desafios. O Kintsugi nos ensina que essas experiências não nos definem, mas sim nos moldam, nos fortalecem e nos tornam únicos. Ao abraçar nossas imperfeições, nossas cicatrizes e nossas histórias, podemos nos tornar versões ainda mais belas e autênticas de nós mesmos.
O kintsugi nos ensina a abraçar nossas falhas e as adversidades que enfrentamos. Assim como a cerâmica ganha valor e beleza através de suas cicatrizes douradas, somos inspirados a ver nossas próprias cicatrizes como medalhas adquiridas em nossa jornada, cada uma contando histórias de superação.
O Kintsugi nos convida a:
- Aceitar a imperfeição: Reconhecer que a perfeição não existe e que a beleza reside na singularidade de cada indivíduo e objeto.
- Valorizar a resiliência: Aprender com as dificuldades e transformar as experiências negativas em aprendizado e crescimento.
- Encontrar a beleza na fragilidade: Reconhecer que a vulnerabilidade é uma fonte de força e que a autenticidade é um presente precioso.
- Celebrar a história: Honrar o passado e reconhecer que cada experiência, por mais dolorosa que seja, contribui para a nossa jornada.
Da próxima vez que você se deparar com algo quebrado, lembre-se do Kintsugi. Em vez de descartá-lo, veja a oportunidade de transformá-lo em algo ainda mais belo e valioso, celebrando a beleza da imperfeição e a resiliência da vida.
Livros
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